Nas últimas duas semanas contei um pouco para vocês da minha viagem para a Amazônia. Falei sobre meu dia em Manaus e também sobre o hotel em que eu me hospedei na floresta. Agora, chegou a hora de contar sobre os passeios e atividades que fizemos por lá.
Quando fechamos com o hotel o “pacote de Carnaval”, ele nos ofereceu não só hospedagem e alimentação, mas também vários passeios incluídos que fariam dos nossos dias por lá mais animados e “selvagens” e era exatamente essa a ideia.
Focagem de Jacaré: Acho que esse foi o programa preferido de todo mundo. Começa no fim de tarde, quando o sol ainda está iluminando o rio. A ideia é sair, assistir o pôr do sol do barco e em seguida iniciar a focagem. Só esse pôr do sol, já vale o passeio pois é beeeem bonito.
Quando anoitece completamente, o guia pega uma lanterna super poderosa e começa a iluminar as margens do rio. A ideia é achar os olhinhos do jacaré, que ficam vermelhos com a luz da lanterna. Isso pode ser rápido ou demorar muito, acho que depende muito de você está, da sua posição no rio e etc… Fizemos duas focagens. No primeiro dia achamos vários jacarés, mas não conseguimos pegar nenhum deles. No segundo dia, pegamos um jacarézão para as fotos, e claro, logo em seguida ele foi devolvido são e salvo para o rio.
Para pegar o jacaré tem que ter muita técnica, coisa que o guia tira de letra. O nosso, tinha preparado uma “armadilha” no dia anterior e pegou o jacaré de 30kg como se estivesse pegando um filhotinho de cachorro. Simples assim. Ele colocou o jacaré no barco e o amarrou para que a gente se sentisse mais seguro.
O procedimento é indolor para o jacaré (ou seja, ele não é machucado de nenhuma forma) e bem rapidinho. Em menos de 15 minutos todos já tinham tirado suas fotos, segurado o jacaré e ele foi devolvido, sem amarras, claro, para o rio.
Nesse mesmo passeio, além de ver jacarés, você acaba achando outros bichos. Vimos alguns pássaros descansado e até uma cobra branca pendurada em uma árvore. Tudo isso, com a luz da lanterna e mais nada. É super emocionante.
Trilha de Madadá: Esse passeio é feito apenas pela Katerre, empresa que organiza/controla os passeios feitos pelo Mirante do Gavião (o hotel em que me hospedei). Os outros hotéis fazem outras trilhas diferentes. A ideia aqui era caminhar no meio da mata fechada vendo a fauna e flora do local até chegar nas Grutas de Madadá.Fazer a trilha é até legal, mas as grutas em si não são nada demais. São aproximadamente 1h30 para ir e mais 1h30 para voltar. No caminho o guia vai explicando sobre as plantas, alguns bichos e etc.
Foi legal ver uns macacos super bonitos durante a caminhada. Não esperávamos e foi uma surpresa bacana. Na volta da caminhada, almoçamos um churrasco de peixe na beira do Rio, em um local preparado pelo hotel. Rústico, mas totalmente de acordo com o passeio.
“Nado” com os Botos: Esse era o programa que eu estava com a maior expectativa e talvez por isso mesmo tenha sido a minha maior decepção. Não que seja ruim, pelo contrário, é super legal, mas não era o que eu imaginava.
Em Novo Airão (cidade onde ficam a grande maioria dos hotéis que fazem esses passeios para Amazônia) existe um grupo que é protetor dos golfinhos. Esse grupo cuida dos bichos, trata quando eles ficam machucados e se preocupam realmente com os bichos. E é lá que você vai para vê-los.
Antes de começar o programa em si, acontece uma pequena palestra onde é explicado como você deve agir com os bichos, como eles vivem, o que eles comem… Em seguida, é chegada a hora tão esperada.
Em um deck de madeira que fica sob o rio, uma das pessoas que trabalha lá leva um balde com peixes e imediatamente começam a aparecer botos para todos os lados. É engraçado, claro que eles já sabem que vão ser alimentados e por isso aparecem. Quando eles pulam para pegar o peixe, os turistas aproveitam para fazer carinho neles e passar a mão.
Mas explico por que não tem nenhuma foto minha mergulhando de fato com eles. Primeiro, porque apesar de muita gente não saber, alguns botos podem ser perigosos. Pra evitar qualquer acidente, achei melhor não mergulhar. Sem falar, que no dia em que estávamos lá, a tal da bota Dani (que dizem ser mais nervosinha) estava rondando a área. Ninguém do meu grupo quis arriscar. O programa é rápido e cada dupla de turistas fica no máximo 5 minutos com os botos.
Praias de rio: Esse foi um dos meus programas favoritos. Adorei parar nas praias de rio para mergulhar. Além de serem lindíssimas, eu nunca tinha tido uma experiência como essa, de mergulhar em um rio de água tão escura.
Quase sempre parávamos na volta de algum passeio. Ou em ilhas perdidas no meio do Rio, ou em alguma praia de fato. Ali era só curtir o dolce far niente, naquela águinha calma e quentinha. Uma delicia de programa.
Pesca de Piranha: A pesca de piranha é legal para desmistificar um pouco esse peixe que a gente conhece tão pouco, mas que já ouviu muito falar. Eu achava que era um peixe enorme, e foi uma surpresa quando descobri que raramente elas passam de 20cm de comprimento.
A pesca acontece no barco mesmo. O guia separa umas varinhas, alguns pedacinhos de carne para servir de isca r o pessoal começa a pescar. Rapidinho pegamos várias piranhas. Como nosso objetivo não era comer, devolvemos quase todas para o rio. Só ficamos com algumas para fazer um pequeno churrasco e provar o sabor da carne. É um passeio rapidinho e que exige paciência, como toda pescaria
Comunidade Ribeirinha: Esse é um passeio que é feito depois do boto. O guia nos levou para um comunidade ribeirinha onde os próprios moradores nos explicaram como tudo funciona, como eles vivem, o que eles comem…
É uma imersão na cultura deles, que é completamente diferente da nossa né?! Um povo simples, que precisa de muito pouco para viver e ser feliz. Foi um passeio interessante, mas não é fundamental. Acho que eu teria gostado mais de conhecer uma aldeia indígena, apesar de saber que o processo para ter acesso as aldeias é super complicado.
Nascer do sol: Infelizmente esse passeio eu perdi por conta do episódio do escorpião (leia aqui), mas os amigos que foram amaram, me emprestaram essa foto linda e disseram que vale a pena acordar mais cedo um dia para curtir esse episódio lindo da natureza.
Árvores Gigantes: No dia do passeio que fizemos para pescar piranhas, um pouco antes de começar a pescaria de fato, passamos por pequenos canais e igarapés no meio do Rio. Paramos em uma ilha de mata bem fechada e começamos a caminhar por ela.
Logo nos deparamos com uma árvore imensa e lindíssima. Segundo nosso guia, aquela árvore tinha aproximadamente 700 anos.
Acho que basicamente esses foram os passeios que fizemos. Acho que eles preencheram bem os nossos dias por lá. Nossa programação dia a dia ficou assim:
Dia 1 – Chegada no Hotel + Focagem de Jacaré
Dia 2 – Boto + Comunidade Ribeirinha + Praia de Rio
Dia 3 – Trilha + Praia de Rio
Dia 4 – Nascer do Sol + Pesca de Piranha + Focagem de Jacaré
Dia 5 – Saída do Hotel e volta para Manaus
Quando chegamos a programação era um pouco diferente dessa. Pedimos para trocar alguns passeios de dia, como o nascer do sol que estava marcado para o dia da saída e acrescentamos uma outra focagem de jacaré.
Além desses passeios, sei que tem algumas outras coisas para fazer como uma canoagem pelos igarapés e passeio de bicicleta, que acabamos não fazendo por falta de tempo. Entre um passeio e outro ficávamos na piscina do hotel, íamos aos mirantes fazer fotos, mergulhar no rio bem em frente ou aproveitávamos para dar uma descansadinha no quarto.
Ah! Quem quiser ir pra lá e contratar o nosso guia, que eu super recomendo. Ele é credenciado pelo Ministério do Turismo e faz parte do sindicato de guias de Manaus. Ele organiza passeios particulares, excursões e expedições de imersão pela Amazônia. Os contatos dele são:
Kenrick Jungle Boy ou Ubens Kenrick Lacruz
misterkenrick@gmail.com
(92) 99131-9446 / (92) 98179-5285
@kenrickthemaster
Acho que foi isso, uma viagem calma, cheia de aventuras, com zero de carnaval e muitos passeios diferentes de todo que eu já tinha feito. Valeu!