Nossa segunda parada na viagem pelo interior da Inglaterra foi em Stonehenge. Sabe aquele lugar que você sempre quis conhecer, mas achava que não ia acontecer tão cedo?! Então, Stonehenge era assim pra mim.
Eu tinha muuuuita vontade de ir até lá, sentir a energia do lugar, ver as tão famosas “pedras no meio da estrada”, ver com os meus próprios olhos aquele lugar tão místico e cheio de lendas e mistérios. E posso falar uma coisa, valeu cada segundo que eu passei lá, adorei o lugar.
O que é, como surgiu e de onde veio
O Stonehenge é uma estrutura composta, formada por círculos concêntricos de pedras que chegam a ter cinco metros de altura e a pesar quase cinquenta toneladas, onde se identificam três distintos períodos construtivos:
- O chamado Período I (c. 3100 a.C.), quando o monumento não passava de uma simples vala circular com 97,54 metros de diâmetro, dispondo de uma única entrada. Internamente erguia-se um banco de pedras e um santuário de madeira. Cinquenta e seis furos externos ao seu perímetro continham restos humanos cremados. O círculo estava alinhado com o pôr do Sol do último dia do Inverno, e com as fases da Lua.
- Durante o chamado Período II (c. 2150 a.C.) deu-se a realocação do santuário de madeira, a construção de dois círculos de pedras azuis (coloridas com um matiz azulado), o alargamento da entrada, a construção de uma avenida de entrada marcada por valas paralelas alinhadas com o Sol nascente do primeiro dia do Verão, e a construção do círculo externo, com 35 pedras que pesavam toneladas. As altas pedras azuis, que pesam quatro toneladas, foram transportadas das montanhas de Gales a cerca de 24 quilômetros ao Norte.
- No chamado Período III (c. 2075 a.C.), as pedras azuis foram derrubadas e as pedras de grandes dimensões (megálitos) – ainda no local – foram erguidas. Estas pedras, medindo em média 5,49 metros de altura e pesando cerca de 25 toneladas cada, foram transportadas do Norte por 19 quilômetros. Entre 1500 a.C. e 1100 a.C., aproximadamente sessenta das pedras azuis foram restauradas e erguidas em um círculo interno, com outras dezenove, colocadas em forma ferradura, também dentro do círculo.
Estima-se que essas três fases da construção requereram mais de trinta milhões de horas de trabalho.
Recolhendo os dados a respeito do movimento de corpos celestiais, as observações de Stonehenge foram usadas para indicar os dias apropriados no ciclo ritual anual. Nesta consideração, é importante mencionar que a estrutura não foi usada somente para determinar o ciclo agrícola, uma vez que nesta região o Solstício de Verão ocorre bem após o começo da estação de crescimento; e o Solstício de inverno bem depois que a colheita é terminada. Desta forma, as teorias atuais a respeito da finalidade de Stonehenge sugerem seu uso simultâneo para observações astronômicas e a funções religiosas, sendo improvável que estivesse sendo utilizado após 1100 a.C..
A respeito da sua forma e funções arquitetônicas, os estudiosos sugeriram que Stonehenge – especialmente os seus círculos mais antigos – pretendia ser a réplica de um santuário de pedra, sendo que os de madeira eram mais comuns em épocas Neolíticas.
No dia 21 de Junho, o Sol nasce em perfeita exatidão sob a pedra principal. Segundo dados mais recentes, obtidos por arqueólogos chefiados por Mike Parker Pearson, Stonehenge está relacionada com a existência do povoado Durrington. Este povoado formado por algumas dezenas de casas construídas entre 2600 a.C. e 2500 a.C., situado em Durrington Walls, perto de Salisbury, é considerada a maior aldeia neolítica do Reino Unido. Segundo os arqueólogos foi aí encontrada uma espécie de réplica de Stonehenge, em madeira. Fonte: Wikipedia.
Como chegar
Chegar a Stonehenge não é difícil, porém, não é tão simples quanto chegar aos outros pontos turísticos da Inglaterra. Explico: Stonehenge ficar no meio do nada em uma estrada, ou seja, não tem estação de metrô, trem ou ônibus próximos.
De transporte público a melhor opção para quem sai de Londres é pegar um trem, na estação de Waterloo, para Salisbury, a cidade mais próxima. O trajeto leva mais ou menos 1h30. De lá, você pode pegar um táxi, um uber ou um ônibus tipo hop on, hop off válido por 24h que vai passando por diversos pontos de interesse até chegar em Stonehenge.
Outra opção é pegar um tour direto de Londres ou da cidade que você estiver. O que não faltam são opções desse tipo por lá.
Nós estávamos de carro, então, foi bem tranquilo chegar. Como falei, as pedras meio que ficam no meio da estrada, então é super fácil de achar (além das mil placas que você encontra no caminho), e tem uma ótima estrutura para quem vai de carro.
Como contei, alugamos um carro na RentCars e fomos dirigindo. Quem quiser saber mais sobre como é dirigir na Inglaterra (na mão inglesa), clique aqui.
Você pode comprar seus ingressos na hora ou com antecedência pela internet (clicando aqui). Pessoalmente achei beeeem tranquilo de comprar na hora, mas fui em um dia de semana na baixa temporada. Então, se você vai final de semana na alta temporada ou por exemplo, se quer participar de algum evento especial no local, como os solstícios, garanta seus ingressos com antecedência.
O horário de funcionamento deles no inverno, é das 9h30 às 17h. Porém, você só pode entrar até às 15h. Portanto, organize-se para chegar lá antes disso, do contrário, não deixarão você entrar.
O valor das entradas, agora em fevereiro de 2017, era de £15.50 para adultos e £9.30 para crianças.
A estrutura para receber o turista é bem bacana. Logo na entrada você encontra o Visitor Center. É nele que você vai comprar o seu ingressos, pegar o audio guide (pago), fazer umas comprinhas na lojinha e encontrar banheiros e uma lanchonete. É lá também que fica a exposição fixa que fala sobre o monumento.
Você acessa uma sala que mostra como Stonehenge surgiu, de onde vem as pedras, as várias teorias que cercam o local, e vê detalhes aquele “conjunto de pedras” que você está prestes a visitar. Bem interessante.
É dali também que saem os mini ônibus que te levam até lá. Sim, o visitor center fica afastadinho das pedras por uma questão de preservação do espaço histórico. Esse ônibus está incluído no seu ticket e você não paga nada a mais por ele.
Acho que o mais importante de tudo é você saber exatamente o que você está indo visitar. Como eu falei, eu era louca para conhecer esse lugar, então pra mim, foi muito bacana chegar lá, saber mais da história, ver de perto as pedras, as formações, sentir a energia…
Mas pra quem não tá muito ai pra isso, vale lembrar que é “apenas” um conjunto de pedras que fica no meio do nada. Eu achei fascinante, mas vi muita gente um pouco decepcionado com isso. Pessoalmente, não sei bem o que essas pessoas estavam esperando, mas…
Por motivos de segurança e preservação do monumento, hoje em dia, não é possível chegar perto das pedras. Você tem que ver tudo atrás do cordão de isolamento. Dicas
- Se possível, procure ir em um dia de sol. Como o local é todo aberto, se chover pode ser ruim para o seu programa.
- Evite ir nos dias de maior movimento para conseguir boas fotos, com poucos turistas e para curtir o local e a energia que emana de lá.
- Vá agasalhado. Independente de quando você vai, o lugar é muito aberto e venta bastante .
- Tente chegar chegar cedo para evitar as hordas de turistas.
- Se quiser ver as pedras mais de perto, e até tocar nelas, veja quando o English Heritage organiza passeios especiais que permite que alguns turistas cheguem perto do monumento. Vale verificar se isso ainda está acontecendo. Tentei uma visita dessas antes da minha viagem e até hoje não obtive retorno dele. Também não achei nada oficial na internet, mas li sobre esses passeios especiais em vários blogs e sites.
- Se você vai com crianças de colo ou bebês, saiba que a estradinha no entorno das pedras é de terra e pode ficar com muita lama em caso de chuva.
Pessoalmente, achei que valeu muito a pena conhecer. Acho que mesmo que vai passar mais tempo em Londres pode se organizar para passar uma manhã por lá, por exemplo. É um lugar icônico, cheio de mistérios e muita história para contar. Eu gostei muito de ter ido e ter conhecido.