Nesse post você vai encontrar dicas, fotos, roteiros e informações sobre o Vale do Loire, na França. Como chegar, onde é melhor se hospedar, o que fazer, quantos dicas ficar, quais castelos visitar, Vale do Loire com criança e muito mais.
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Quando pensamos em voltar pra França logo pensamos em colocar um destino no país que sempre quisemos conhecer mas não tínhamos tido a oportunidade ainda. O Vale do Loire foi uma das nossas primeiras opções e depois de algumas pesquisas percebemos que seria uma ótima parada pra gente nessa viagem.
Passear com a Victoria por jardins, castelos e cidadezinhas fofas, mostrar para ela de forma lúdica um pouco da magia desse lugar seria perfeito. E foi exatamente isso que fizemos nos quase 4 dias que passamos por lá.
A REGIÃO DO VALE DO LOIRE
Entre os séculos XV e XVIII, a pouco mais de 200km de Paris, nas margens do Rio Loire, os monarcas das dinastias da época começaram a lançar uma moda de construir castelos. Um mais imponente e bonito que o outro. Alguns mais pareciam fortalezas, outros pareciam saídos dos contos de fadas.
Foi assim que surgiu a região do Vale do Loire, também conhecida como Jardim de Paris. Hoje, a região mais de 200 castelos e muitos outros interesses turísticos como uma vasta área de produção de vinhos (conhecidos como “os vinhos do Loire) e muitas pequenas cidades históricas.
Atualmente, o Vale do Loire está entre as 10 regiões/cidades mais visitadas da França. Os turistas querem conhecer os castelos e os vinhos e os próprios franceses frequentam muito a região como um escape da “cidade grande”.
COMO CHEGAR
Chegar a região do Vale do Loire é fácil. Se você estiver em Paris, consegue chegar de carro dirigindo por uma estrada ótima em 2h. Orleans é a primeira cidade que compõe o Vale. Nós alugamos carro na RentCars pegando no aeroporto de Paris (Charles de Gaulle) e depois devolvemos no centro de Paris perto do apartamento que nos hospedamos. Ótima pedida!
Se você estiver em qualquer outro lugar da Europa, pode chegar de trem até a Região. Diversos trem partem diariamente em direção a Tours. A viagem dura mais ou menos 1h30 (saindo da capital francesa) e é bastante confortável.
Minha grande dica aqui é: ter carro é fundamental para conhecer a região. Por isso, não abra mão disso. Se não quiser dirigir longos trechos faça a combinação trem até Tours + carro alugado. Você pode pegar em Tours mesmo e devolver lá antes de voltar pra casa ou de partir pro seu próximo destino.
COMO SE LOCOMOVER
Na minha opinião a melhor forma de desbravar o Vale do Loire é de carro alugado. Nos alugamos do Brasil mesmo, pela RentCars, já com GPS e cadeirinha para a Vic e tivemos uma experiência excelente. Dessa forma, você faz o seu roteiro, no seu tempo, e ainda é mais barato do que contratar excursões para te levar aos castelos.
Essa é a segunda opção. Se você não quiser dirigir pode contratar diversas excursões que te levam aos principais castelos da região. Nas cidades de lá você encontra isso com facilidade, assim como na internet e até mesmo em Paris. Nessas excursões você normalmente já tem incluído os ingressos dos castelos e uma parada para almoço.
O transporte público existe por la mas é bem ineficiente para esse passeio, por isso, não recomendo que você dependa desse meio. Alugue um carro e seja feliz.
Uma opção bacana para os mais atléticos é conhecer a região de bicicleta. Isso é super comum e você vê muitos ciclistas nas estradas e visitando os castelos.
GPS E INTERNET
Dirigir por ali sem GPS é complicado. As cidades são pequenas e cheias de ruelas pequenininhas. Nos tínhamos GPS no carro e no celular e ainda assim alguns caminhos eram duvidosos. Minha sugestão é, já chegue conectado pra não ter risco. No aeroporto de Paris só tem um pequeno guichê de simcard que custa caro, tem filas enormes e oferece pouca internet. Não vale a pena.
Nós usamos o chip da EasySim4U para Europa e foi ótimo. Funcionou a viagem toda, sem problema algum. Usamos pra ver o mapa, atualizar as redes sociais, fazer pesquisas…
MELHOR ÉPOCA PARA IR
Os meses de maio e setembro, que são logo antes e depois da temporada de verão são, na minha opinião os melhores. Nem muito frio, nem calor em excesso. Eu peguei dias bonitos, com sol e os castelos estavam bem tranquilos em termos de público. Definitivamente uma boa época.
No inverno você vai ver outra paisagem, mais fria, com neve mas certamente muito bonita também. Mas vale ficar atento pois como os dias são mais curtos, os horários de funcionamento são diferenciados e muitas atrações nem abrem nessa época.
SEGURO VIAGEM OBRIGATÓRIO
Como já falei diversas vezes pra você, acho fundamental contratar um bom seguro viagem todas as vezes que vamos sair do nosso país. Mas, independente do que eu acho, para entrar na Europa é obrigatória a contratação de um seguro saúde com valor mínimo de $30mil.
Eu sempre recomendo a Real, que é um comparador de preços e coberturas de diversas empresas do mercado. É o que eu uso (inclusive precisei usar nessa viagem e fui muito bem atendida!) e nunca tive problemas. Sem falar que com essa comparação você consegue escolher o melhor seguro pra você pagando o menor preço. Acho ótimo!
ONDE FICAR NO VALE DO LOIRE
Essa é uma decisão importante quando você escolhe fazer uma viagem para o Vale do Loire, afinal, a região é enorme e existem muitas opções de hospedagens por lá. As principais são as cidades de Tours, Amboise e Blois.
Nós optamos por ficar em Amboise por alguns motivos: é uma cidadezinha pequena e charmosa, mas grande o suficiente para oferecer boa estrutura hoteleira e restaurantes bacanas, além de ser a cidade mais central frente ao roteiro de castelos que tínhamos programado.
Selecionei algumas opções legais de hospedagem em Amboise para vocês:
- Hotel Bellevue: foi a nossa escolha por conta da localização, por ter elevador (com carrinho de criança é uma mão na roda) e por ter restaurante. Queríamos uma opção perto de tudo mas que tivesse restaurante caso a gente não conseguisse sair para jantar com a Vic. É um hotel simples, sem luxo e com café da manhã honesto. Muito bem localizado.
- Chateau des Arpentis: Era a minha primeira opção. Queria muito ter ficado hospedada em um castelinho. Mas como ele fica distante do centrinho e não tem restaurante acabamos desistindo porque com a Vic isso ia dificultar um pouco pra gente.
- Le Manoir Les Minimes: Era meu sonho, mas desde o momento que resolvemos ir para Amboise não tinha mais disponibilidade. Ele fica super bem localizado também.
- Hotel Le Choiseul: Outra opção maravilhosa e bem localizada, pertinho do centro e de frente para o Rio.
- Hotel Chateau Perreux: Outra opção de hotel castelinho bem bacana.
- Ibis e Best Western: Ficam a uns 20 minutos de caminhada do bafafá mas tem preço ótimo e são super honestos. Vale a pena para quem quer gastar menos e ficar em um hotel direitinho.
Tours também é uma boa opção e muita gente escolhe por ficar lá por ser uma cidade maior e mais jovem. Tem agito de 2a a 2a e muito mais opções de restaurantes e hotéis. É uma cidade bem maior, e é aonde chegam a grande maioria dos trens vindos de Paris.
- Best Western: Bem pertinho do centrinho e de vários pontos de interesse. Rede internacional famosa por ser BBB.
- Novotel Tours: Se você vai de trem e quer ficar perto da estação (e ainda perto de tudo) sem gastar muito, essa pode ser uma boa pedida para você.
- Oceania L´Univers Tours: Era a minha opção na cidade. Se eu fosse ficar lá escolheria esse hotel. Bem localizado e muito confortável.
- Le Grand Hotel: Outra ótima opção de hospedagem na cidade. Pertinho de tudo, bonito e bem avaliado.
- Hotel Mondial: Simples e muito bem localizado. Pertinho de tudo. Café da manhã ótimo.
- Clarion: É um pouquinho mais afastado do centrinho mas ainda é uma excelente opção de hospedagem luxuosa.
Blois é a menor de todas as cidades. Super simpática e charmosa porém é a que tem menos atrativos a oferecer exatamente por ser uma cidade muito pequenininha. Ainda assim, há bons hotéis por lá.
- Novotel: Adoro ficar em redes internacionais porque é garantia de bom café da manhã e um bom quarto de hotel.
- Mercure: Assim como o Novotel tende a ser BBB apesar de muito bem avaliado e com ótima localização.
- Relais de Chambord: Apesar de não ser em Blois propriamente dito é muito perto e é um dos hoteis da Small Luxury Hotels of the World, que tem uma seleção incrível de hotéis.
- Hotel Domaine: Também não é em Blois, mas é uma gracinha de hotel castelo. Boa opção para quem vai ficar mais tempo na região e vai trocando de hotel ou para quem quer relaxar e curtir com calma.
QUANTO TEMPO FICAR
Isso depende muito do seu gosto por esse tipo de viagem e do que você pretende ver e fazer por lá. Nos ficamos 3 dias e meio e achamos suficiente. Os castelos começaram a ficar meio repetitivos, as paisagens começaram a não mudar tanto…
Mas não fizemos uma viagem super slow não. Então, se você quer fazer uma viagem com calma e ver os principais castelos, fique uns 5 dias. Se você, como eu, quer apenas ter uma noção do que é o Vale do Loire, como são os castelos e tal, pode ficar menos tempo numa boa.
MEU ROTEIRO
Como eu falei pra vocês, fiquei 3 dias e meio mais ou menos. O dia que chegamos, estávamos muito cansados da viagem e basicamente só aproveitamos Orleans e demos uma pequena volta por Amboise só para conhecer um pouquinho e jantar. E no dia de ir para Paris, fizemos uma parada estratégica no Chambord (que é caminho) e além de conhecer o castelo aproveitamos para almoçar.
- Dia 1: (chegada do Brasil) Orleans + voltinha por Amboise
- Dia 2: Villandry + D´Azay Le Rideau + Chateau de Amboise
- Dia 3: Chenonceau + Cheverny + Chaumont
- Dia 4: Chateau Chambord + Paris
De tudo que queríamos muito fazer só não conseguimos visitar Clos Luce, a casa que Leonardo DaVinci viveu seus últimos dias de vida. Ou seja, acho que foi um roteirinho bem organizado. Mas se você gosta de ficar horas e horas vendo os ambientes, fazendo fotos e curtindo cada um dos castelos, talvez ache esse roteiro meio corrido.
Honestamente, na prática acho que foi ideal. Estávamos com uma criança e conseguimos ver tudo com tranquilidade.
CASTELOS
A região do Vale do Loire é composta por mais de 300 castelos. Fiz uma pequena seleção de alguns que chamaram a minha atenção pela grandiosidade, beleza, por serem diferentes ou por se destacarem de alguma forma perante tantos outros. E é sobre eles que vou falar aqui.
Azay le Rideau: O pequeno castelo fica em uma ilha no Rio Indre (um dos afluentes do Rio do Loire). Ele é um clássico da construção renascentista. Destaque para a escadaria de honra excepcional, o rico mobiliário, as decorações interiores, e o majestoso jardim inglês, dotado de dois espelhos d’água que refletem as fachadas do castelo. O castelo é todo rodeado por um bosque fechado o que faz de sua paisagem ainda mais bonita.
Chateau Villandry: o que mais impressiona ali são os jardins, que se espalham pela enorme propriedade do castelo. O paisagismo foi todo elaborado em padrões geométricos, formando desenhos incríveis quando vistos de cima. Há um grande lago artificial, labirintos, flores, estátuas e muito mais. Nem entramos no castelo de fato, só os jardins já impressionaram.
Chenonceau: Em cima da água. É um dos top 5 castelos imperdíveis da região. É conhecido como castelo das mulheres. É um dos castelos mais lotados da região. Compre seu ingresso com antecedência pelo site para evitar filas desnecessárias.
Chaumont Sur Loire: É uma propriedade muito grande e o castelo é bonito pois tem uma vista linda do alto. De abril a novembro acontece o Festival Internacional dos Jardins onde cada cantinho dos jardins é ocupado por um artista, uma espécie de Inhotim no Vale do Loire. Bem interessante.
Cheverny: O castelo que serviu de inspiração para os quadrinhos do Tim Tim. Tem inclusive uma exposição fixa sobre ele que é imperdível. Não deixe de comprar o ingresso que dá acesso a exposição do Tim Tim, principalmente se você estiver com crianças ou for amante do desenho. O castelo em si, é pouco diferente dos outros.
Amboise Castle: Às margens do Rio Loire, no centro de Amboise, o castelo é repleto de história e cercado por muralhas e se ergue acima da cidade. Imperdível! É possível visitar as torres e passagens subterrâneas labirínticas da fortaleza medieval. É na pequena capela do castelo que se encontra o túmulo de Leonardo DaVinci.
Clos Luce: Não é exatamente um castelo. É a casa, onde Leonardo DaVinci viveu nos últimos 3 anos de vida. Fica ligado ao castelo de Amboise por um túnel subterrâneo. Parece ser incrível de ser visitada. Infelizmente não conseguimos ir, mas fazia parte do nosso roteiro.
Chateau Chambord: Imperdível, um dos mais bonitos da região. Tirar uma tarde inteira ou manhã inteira para visitar. Construído no século XVI, possui um estilo que combina o medieval francês com a Renascença italiana. Possui um pátio central cercado por diferentes alas e quatro torres, aposentos mobiliados de diferentes épocas, além da famosa escada de dupla hélice, que remete aos trabalhos de Leonardo da Vinci. O domínio de Chambord abriga a maior floresta murada do Europa, com 54 km². É enorme.
ONDE COMER EM AMBOISE
Acabamos saindo pra jantar apenas duas vezes enquanto estivemos na cidade, mas gostamos muito dos restaurantes que fomos. Mas antes de irmos cheguei pesquisei lugares legais e na cidade tem até restaurante com estrela Michelin.
- La Reserve: Fica bem no centrinho turístico da cidade. Jantamos lá uma noite e achamos a comida muito gostosa.
- Hippeau: Também fica na muvuquinha. É um restaurante de comida francesa. Delicia!
- Bigot Patisserie: Ótima pedida para comer um docinho, tomar um chá ou beliscar alguma coisa.
- L’Auberge du Prieuré: serve especialidades da Idade Média em um cenário medieval onde o atendimento é feito utilizando-se trajes típicos da época. Fica
- Le Georges: fica dentro do Hotel Le Grand Monarque, em Chartres, tem uma estrela no Guia Michelin. Não experimentamos esse mas foi muuuito indicado e elogiado.
- L’Orangerie: Fica dentro Château de Chenonceau e oferece aos visitantes a alta gastronomia tradicional francesa em um ambiente muito elegante.
- La Cave: um restaurante estrelado, dentro de uma caverna. Demais né? Queria muito ter ido também, mas infelizmente não conseguimos.
VALE DO LOIRE COM CRIANÇA
Assumo que antes de ir fiquei muito insegura com essa escolha. Não estava achando muitas informações sobre como visitar o Vale do Loire com criança pequena. Se esse era realmente um destino que dava pra levar eles, se era minimamente kids friendly ou se era a maior furada.
O que eu achei: dá sim pra levar sabendo que você vai ter algumas dificuldades como por exemplo muitas escadas e poucos elevadores, muitos jardins com chão de pedrinha em que a roda do carrinho roda com dificuldade, programas mais adultos como wine tasting (em que algumas vezes crianças não podem participar mesmo se não beberem)…
Em nenhum castelo pudemos entrar com o carrinho, quase todos os jardins tinham escadas e não tinham rampas, e claro, pouquíssimas visitas pensam de fato na criança fazendo aquele tour ou conhecendo aquele destino.
“Ah, mas então você acha que não vale a pena?” De forma alguma, acho que vale super a pena. O que não vale a pena é ficar em casa por medo de não ser totalmente adequado. Vic adorou os muitos dos jardins que vimos, adorou pensar que as princesas da Disney eram donas daquele castelos, adorou ver castelos sobre a água, quartos antigos, berços de bebês de antigamente…
Todos os restaurantes tem menu infantil, todos os castelos permitem crianças e são muito amistosos e simpáticos com elas, e o Castelo de Amboise, pensou um pouco à frente e fez um tour totalmente voltado pras crianças misturando um pouco de ficção e brincadeira em uma caça ao tesouro. Muito bacana!
Meu ponto é alertar que o destino não é exatamente kids friendly mas nem por isso você precisa desistir de ir. Dá tranquilamente pra visitar, conhecer os castelos e aproveitar a região, sabendo dessas pequenas restrições.
Lembre-se que uma viagem com bebê/criança é sempre diferente de uma viagem de casal. Sabendo disso, e adequando seu roteiro ao ritmo da sua família e do seu bebê, você não vai ter nenhum problema.
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Acho que é isso, esse post vai ajudar vocês a organizar um bom roteiro pelo Vale do Loire e a montar a viagem de vocês de forma que consigam aproveitar ao máximo essa região tão linda e cheia de riquezas culturais.
Se vocês quiserem saber mais sobre a França e sobre viajar com crianças, não deixem de ler:
- Paris (e Paris com crianças) – Em breve
- Como envolver seu filho na viagem antes dela acontecer
- Orlando com bebê e criança pequena
- O que pensar na hora de organizar uma viagem com bebê
Se esse post te ajudou de alguma forma eu fico muito feliz em saber! =) Se você quiser retribuir a ajuda, basta reservar seus hotéis por esse link, comprar seu seguro saúde internacional por esse link, alugar seu carro por esse link e comprar seu chip internacional nesse link. Todas essas empresas são parceiras do blog e são empresas que eu uso nas minhas viagens. São empresas de absoluta confiança. Fazendo isso você gera uma pequena comissão para nós e não gasta nada a mais com isso. Essa é uma forma de remunerar o meu trabalho para que eu possa continuar conseguindo fazer posts completos, dicas e informação para vocês sempre. MUITO OBRIGADA!
Viajamos em setembro de 2019. Vic tinha 2 anos e 2 meses.
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