(Atualizado em dezembro de 2018)
O Camboja era sem dúvida um dos highlights da minha viagem pela Ásia. Acho, inclusive, que ver as fotos do templos e me encantar com eles antes mesmo de ir, foi o que motivou toda essa viagem. Desde sempre eu sabia que iria amar conhecê-los, conhecer esse país, essa cultura e foi exatamente isso que eu senti. Fiquei completamente apaixonada.
Se você está por aqui pesquisando o assunto, está pensando em conhecer esse lugar mágico também. Então continue lendo que vou te contar mais. Dar dicas de onde ficar, o que fazer, como chegar, restaurantes…
Siem Riep é a cidade que fica mais perto dos templos Khremer e por isso, a que concentra a maior quantidade de turistas do país e é também o lugar pra onde todo mundo vai quando o assunto é turistar no Camboja. Comigo não foi diferente.
CLIMA
Assim como na Tailândia e em quase todo resto do Sudeste Asiático o clima no Camboja é ditado pelo período de monções. De maio a outubro, é a época mais chuvosa. De novembro a abril é a época da seca, e a mais recomendada para visitar a região. Mas lembre-se que em fevereiro e março, faz um calor de rachar por lá. Os termômetros chegam a marcar 40º. Como fui nessa época, posso garantir, é quente demais. Mas vale a pena ir se você for combinar sua estada no Camboja com lugares de praia como Phi Phi e Samui.
COMO CHEGAR E VISTO
Chegar em Siem Riep é simples. Muitos vôos partem para lá das grandes cidades da Ásia ou das cidades menores que provavelmente você vai incluir no seu roteiro. Nós voamos de Ho Chi Minh para lá de Vietnã Airlines, uma companhia aérea do Vietnã. O vôo foi ótimo, o avião era novinho, super tranquilo.
Para entrar no Camboja os brasileiros precisam de visto e esse é bem simples de tirar. É o famoso “visa on arrival”. Assim que você chega na cidade, antes de passar pela imigração, você compra o seu visto. Seja por terra ou por ar, isso acontece.
Uma boa dica é ir preenchendo o formulário na fila (enoooorme) que se forma para que todos tirem o visto. E antes de chegar ao balcão esteja com tudo preenchido, pois muita gente chegou com o formulário incompleto no balcão e os funcionários mandaram as pessoas voltarem, entrarem na fila novamente e só aparecerem por lá com o formulário totalmente preenchido.
Para comprar seu visto você vai precisar de uma foto 5×6 (a mesma do visto de Ho Chi Minh, no Vietnã) e de U$20. Eles pegam seu passaporte, emitem e colam o visto e em menos de 5 minutos você já esta apto a entrar no pais. Super rápido, prático e fácil.
Atenção: Aparentemente, agora, você pode antecipar todo o seu processo de visto fazendo tudo pela internet no site do e-Visa ou pelo aplicativo para smartphone. Basta enviar a documentação necessária e a foto, pagar a taxa com cartão de crédito internacional (U$37) e depois depois de 3 dias úteis seu visto chega no seu email. Ai basta imprimir o documento enviado por eles e apresentar na hora da imigração. Dizem que vale super a pena fazer isso pela internet. Portanto, se puderem se antecipar, certamente isso vai lhe poupar tempo de fila e espera no aeroporto.
SEGURO VIAGEM
Já falei diversas vezes sobre a importância do seguro viagem, mas nessa viagem para o Camboja tive ainda mais certeza do quanto ter um bom seguro é necessário. Quando estávamos lá, estava tendo um surto de malária e durante a viagem eu tive todos os sintomas da doença. Não precisei ir ao médico ou me consultar pois meu médico do Brasil me orientou em tudo, mas foi bom estar segurada. Me deu uma tranquilidade de que se eu precisasse era só chamar o médico ou ir a algum hospital na cidade.
Eu sempre uso o comparador de preços e coberturas da Real. Acho que é uma excelente opção pois ele te dá várias opções para você escolher a que for melhor para você em termos financeiros e em termos de cobertura também. Nunca tive problema com eles.
SAINDO DO AEROPORTO
Assim que vocês sairem pela porta do aeroporto vão começar a entender aonde estão… a cidade, por mais turística que seja, é muito simples e pobre. Na porta do aeroporto tem uma multidão de gente te oferecendo taxi, tuk tuk e motos para te levar ao hotel. Uma confusão (mas nada comparado a Hanói).
Chegamos a noite e não tínhamos transfer. Pegamos um táxi na porta e foi super tranquilo. Já tinha pesquisado quanto se gastava em média para ir até o hotel (e confirmei dentro do aeroporto perguntando para uma pessoa que trabalhava lá – sempre faço isso!) e pronto. Entramos no taxi, confirmamos o taxímetro e deu tudo certo.
Se por acaso você não pegar um táxi com taxímetro, não se preocupe, mas lembre-se de acertar o valor da corrida antes de sairem do lugar.
ONDE FICAR
O que não falta em Siem Riep são excelentes opções de hotéis. Como a cidade é toda voltada para o turismo você irá encontrar hotéis para todos os gostos e gêneros. Escolhi um que ficava perto do centrinho pela comodidade de fazer as coisas a pé. O Sayana Hotel, além de ficar pertinho tinha ar condicionado e piscina. Dois itens fundamentais pra minha escolha de hotel no verão Cambojano. Eu adorei e recomendo. Valeu cada centavo. Além de ser ótimo e realmente perto das coisas, o café da manhã era delicioso, o quarto super confortável e o atendimento incrível. Valeu a pena.
Se você puder investir no hotel dê uma olhada no Amansara. É o hotel/casa que Angelina Jolie escolhe para ficar todas as vezes que visita a cidade. Se quiser outras opções bacanas e menos hollywoodianas que essa, pode ver essas aqui: Belmond La Residence, Shinta Mani (localização incrível), Sokha Angkor, Borei Angkor, Park Hyatt, Royal Crown, Heritage Suites, Royal Angkor Resort & Spa, Maison 557, The Seda Villa e Purple Mangosteen (super baratinho e fofo).
Pros que querem uma outra opçõe: recebi excelentes recomendações do Angkor Village. Que fica mais afastado um pouco mas tem sempre um tuk tuk disposição na porta para atender aos hospedes e levá-los aonde eles quiserem.
O QUE FAZER
Templos
Conhecer os templos é o principal programa de Siem Riep. Dependendo do seu ritmo e da sua vontade você pode ficar dias e dias conhecendo tudo. Eu fiquei 3 dias completos e achei que foi o tempo ideal pra mim. Fiz tudo que eu gostaria e mais um pouco.
Para conhecer os templos vocês tem 3 opções: ir de bicicleta, alugar um tuk tuk ou ir de carro com motorista. Como estava muito calor optamos pelo carro. Achei que foi uma boa pedida. Além de ter o conforto do carro (e do ar condicionado) para chegar aos templos mais distantes era bem mais rápido e cômodo. Sem falar que ter água gelada (e segura) depois de horas de andança nos templos, transformava aquele simples carro em um oásis.
O próprio hotel organizou os passeios pra gente. Definimos os lugares que gostaríamos de visitar e pagamos de acordo com os locais visitados. Mais especificamente com a distância desses locais. Além do carro pedi que o hotel arrumasse um guia, assim conheceria os lugares e saberia mais da história de cada um dos templos que visitamos.
Na minha opinião essa foi a maior sacada. Além de contarem tudo sobre os templos, os guias sabem os melhores horários para visitar cada templo (ou seja, quando eles não estão completamente entupidos de turistas) e os melhores lugares para fotos.
Claro que para ter esse conforto e comodidade extra você paga por isso. Se eu não me engano, o valor para ter o guia por um dia inteiro é de U$30. Além desse valor você deve acrescentar o valor do carro (que varia de acordo com a distância dos locais que você vai visitar).
Meu roteiro ficou assim:
Dia 1 – Big Circuit + Bantay Sarey
Dia 2 – Small Circuit
Dia 3 – Elephant Ride + Old Market + Floating Village
Se você não fizer questão de ter carro e guia, você consegue visitar os templo alugando um tuk tuk, por exemplo. O motorista cobra um valor fixo para passar o dia com você e te levar aos locais que você quer. Ou ainda, pode alugar sua bicicleta no centrinho e fazer tudo por conta própria.
Acho que quem tem pouco tempo na cidade não tem o que pensar. Tem que fazer o possível (e o impossível) para visitar a maior quantidade de templos no seu curto espaço de tempo. Quem, como eu, tiver tempo sobrando pode optar por outros passeios ou por mais templos.
Floating Village
O passeio, que também foi arranjado no hotel, tinha todo aquele ar turistão que as vezes não conseguimos escapar. Porém, acabou se tornando uma experiência bacana.
Pegamos um barco privado para conhecer a vila flutuante e o nosso guia era um ex-morador daquele local. Então ele conhecia muito bem a rotina e o funcionamento de lá e pode nos explicar como cada uma das coisas funcionava. Durante o passeio ele explicou a situação dos órfãos daquela região e nos levou para comprar comida para que pudéssemos doar para o orfanato da vila. Depois tivemos o prazer de entregar pessoalmente para as crianças as compras e ver o funcionamento do orfanato (que também é a escola e a casa de muitas delas). Foi muito bacana. Uma coisa mais real, mais Camboja de verdade, sabem?
Um amigo do meu pai me disse que sempre que visita essa vila leva canetinhas coloridas para as crianças e elas vão a loucura. Também é uma boa idéia pra quem quer fazer esse passeio e quer ajudar de alguma forma, mas sem gastar uma grana em comida. Brinquedos, roupas, canetinhas… se você sair daqui pensando em visitar a vila, leve alguma coisa diferente pra elas.
Navegamos um pouco por lá, vimos casas, igreja, escola, posto da polícia, mercado… e uma população muito, muito pobre que mora ali. Um choque de realidade pra gente. Mas foi interessante de ver. Uma coisa mais real, sabem?
Passeio de Elefante
Pra ser beeeem honesta com vocês, eu não gostei muito não. Primeiro porque o lugar que você senta para dar a volta é hiper desconfortável e segundo porque eu fiquei com pena do elefante. Ele não foi maltratado em nenhum momento (na minha frente), mas fiquei com peninha. De qualquer forma, acho que foi uma experiência bacana também. Valeu pela voltinha, mas já posso riscar da minha lista e não fazer nunca mais.
VIDA NOTURNA EM SIEM RIEP
Por mais incrível que isso pareça Siem Riep tem uma noite super legal. No centrinho da cidade, você vai encontrar vários restaurantes, boates e bares para todos os gostos. Na Pub Street você encontra diversos bares, entre eles, os agitados Temple e Angkor What? que reúnem o maior número de jovens/turistas/bêbados da cidade. Nessa região você também encontrará o Night Market (o original e o fake). Nele você poderá comprar souvenir, prata e outros artigos típicos dessa região. Além disso, é por ali também que você encontra shows de dança típica, mini-nights e festinhas de turista para turista.
ONDE COMER E MELHORES RESTAURANTES
A culinária local é a khrmer e as opções desse tipo de comida são bem gostosas mesmo pra quem não gosta de variar ou experimentar novos sabores. Eu que sou super fresca e não curto muito experimentar novos pratos adorei a comida deles. Mesmo.
No centrinho você encontra varias opções de restaurantes bacanas. Experimentei alguns deles mas acho que o melhor é você ir de acordo com o seu gosto.
- Cambodian BBQ: Uma mistura de fondue com churrasco na chapa. Vem vários tipos de carne (inclusive algumas meio estranhas como cobra, jacaré, canguru…) e um grillzinho para você fazer sua carne na hora. É bacana, gostoso e super típico de lá. Uma dica: peçam uma mesa na parte de fora do restaurante para evitar ficar com cheiro de fritura e morrer de calor.
- Chez Shophea Restaurant: Boa pedida para almoçar no dia de conhecer os templos. Ele fica bem pertinho de Angkor Wat e é sem dúvidas o melhore restaurante da região.
- Tratoria Italiana: Uma boa opção para quem quer voltar a sentir aqueles sabores já conhecidos da boa e velha comida Italiana.
- The Steak: Um restaurante bem gostoso de carnes próximo a Pub Street. Excelente pedida para quem quer comer uma boa carne.
COMPRAS
Fiquei enlouquecida com as compras no Camboja. Achei tudo MUITO barato. Em especial os tecidos e as peças em prata. Tanto no Old Market como no Night Market você acha peças bem bacanas com preços totalmente acessíveis.
Pra quem quer alguns objetos de decoração mais chiques e diferenciados recomendo a lojinha do hotel Residence D’Angkor, que tem peças lindas (e caras). A Les Ancient D’Angkor é uma escola de artesanato, que também tem lojinha. Os preços não são dos mais baratos, mas… sempre vale a vista.
Uma outra loja que eu adorei foi uma lojinha que fica bem em frente ao Old Market (tudo bem que lá é um quadrado, mas em um dos lados tem essa loja). Ela é bem diferente das outras, é mais arrumadinha e cheirosa. Lá você encontra as lembrancinhas perfeitas para dar de presente. Perfuminhos, odorizadores, velas, incensos, temperos e roupas. Tudo com precinho super amigo e cada embalagem lindinha. Uma gracinha de loja.
Lembre-se de pechinchar sempre que tiver a intenção de comprar. Isso vai fazer com que você pague bem menos que a metade do preço cobrado. Achei os preços no Night Market ótimos, e acho que essas foram as melhores (e as mais baratas) compras da viagem. Não deixem de olhar com calma a prataria. De jóias a “utensílios domésticos” o que não faltam são ótimas opções a preços quase de banana.
O QUE VESTIR
Essa era uma grande questão pra mim. Lia muita gente dizendo que nos templos você não pode entrar de pernas e ombros de fora, e logo em seguida via fotos de milhares de turistas praticamente sem roupa nos mesmo templos.
Na dúvida, optei pelo traje mais coberto e levei saias longas e calcas de tecido molinho pra não ficar desconfortável ou morrendo de calor. Foi uma boa escolha, mas um pouco desnecessária ao meu ver. Fiz o grande circuito de short e com uma blusa que cobria os ombros e não tive nenhum problema. Inclusive, antes de sair do hotel perguntei para o guia, para o concierge e para o motorista se minha roupa era inadequada. Todos eles disseram a mesma coisa: para o passeio de hoje, tudo bem.
Já para o pequeno circuito, onde eu iria visitar Angkor Wat era necessário cobrir pernas e braços. Porém, só é preciso ficar toda coberta em dois pontos do passeio. Então acabei sentindo muito calor o dia todo sem necessidade. Minha sugestão é: se estiver muito quente, opte por um short e por uma blusa de manga curta (que cubra completamente os ombros e inicio do braço). Na hora de visitar esses pontos você se enrola numa canga/lenço e vai. Assim, não morre de calor e nem tem que deixar de visitar nada por não estar adequada.
Para os homens não há restrição de traje. Bermudas são aceitas em todos os lugares e camisetas também. Eles recomendam que os homens evitem camisetas regatas apenas por uma questão de respeito.
Fora isso, os trajes podem ser bem simples. A cidade é pequena e lotada de turistas. Ninguém usa salto, nem tampouco roupas luxuosas. Escolha um modelito despojado, tênis/rasteiras e vá se divertir.
DICAS
– a moeda local é o Riel, porém, o dólar americano circula com tanta ou mais freqüência pela cidade, colocando o Riel apenas como a moeda de troco. Não se preocupe em trocar dinheiro. Leve dolar e você conseguirá comprar tudo que precisa.
– se você precisar lavar roupa é possível fazer isso com apenas U$1 por kg de roupa suja. No centrinho tem várias lavanderias nesse esquema.
– Independente da época do ano que você vai, leve repelente, chapéu e protetor solar. Você não vai se arrepender.
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